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PORTUGAL
GRÉCIA 

Apesar das saxitoxinas ocorrerem mais raramente em águas doces, foi verificada a ocorrência de STX em águas doces da Grécia e mostrou-se que os potenciais produtores são Cylindrospermopsis raciborskii Aphanizomenon flos-aquae. Este é o primeiro relatório que demonstra que C. raciborskii é produtor de STX na Europa.[8]

Na Grécia, o clima quente do Mediterrâneo favorece a proliferação de cianobactérias em águas eutrofizadas. Em metade das amostras examinadas mais de uma cianotoxina foi detetada.[8]

O episódio mais importe de PSP que ocorreu em Portugal, foi em 1946, quando 100 pessoas foram intoxicadas e 6 morreram após a ingestão de marisco contaminado por PSTs, proveniente de uma lagoa de Óbidos. Em 1986, foi implementado um programa de monitorização e, a partir deste evento, poucos casos reportados foram relacionados com o não cumprimento do consumo de marisco proibido.[1]

Na década passada, a produção de PSTs pelas cianobactérias foi encontrada em reservatórios de água doce portugueses. Foi entre 1995 e 1999 que detetaram três ocorrências de proliferação de cianobactérias associadas às PSTs, à partida atribuídas a diferentes espécies de Aphanizomemon spp.[1]

 

Recentemente, em 2012, foi, registada e quantificada, a  toxicidade da toxina paralisante, existente em moluscos da Croácia, que excediam o limite regulamentado pela Comissão Europeia para estas.[9]

Os primeiros casos de envenenamento por PSP deveram-se à existência de STX e GTX2 (goniautoxina 2) em três mexilhões (Mytilus galloprovincialis) do norte do mar Adriático, durante o inverno e a primavera de 2009 (janeiro a abril).  Um caso esporádico de dcSTX (decarbamoilsaxitoxina) em concentrações muito baixas (< 35 mg/kg) foi detetado no final de 2008 em marisco do mar Adriático meridional.[9]

No dia 16 de Dezembro de 2008, foram registados seis casos de intoxicação em humanos (uma mulher e cinco homens habitantes de Rovinj, na Croácia), causados pelo consumo de ascídias (Microcosmus vulgaris) frescas, capturadas em redes de pesca. Tradicionalmente, nesta zona croata, as ascídias são ingeridas cruas e são consideradas uma iguaria regional. Trinta minutos após o consumo, os seis indivíduos relataram os mesmos sintomas: tonturas, vómitos, fraqueza nas pernas e visão turva. Foram admitidos nas urgências e, dentro de algumas horas, toda a sintomatologia e problemas clínicos haviam cessado.[9]

 

CROÁCIA

CASOS REPORTADOS

 

Um aumento dos surtos por envenenamento por toxinas de marisco paralisantes (PSPs) tem sido documento em todo o mundo, despertando o interesse por novas pesquisas e conhecimentos acerca da saxitoxina e derivados.[12]

 

 

Figura 5: Ascídia (Microcosmus vulgaris): a) corpo; b) tecido mole [9] 

 


Figura 4: Ocorrência de proliferação de cianobactérias relacionada com PSTs em reservatórios aquáticos portugueses [1]

 

 

© 2014 por Ana Carolina Vasconcelos, Ana Luísa Vieira e Joana Couto

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