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-Efeitos ecológicos -

A saxitoxina é produzida em grandes quantidades durante episódios de proliferação de algas nocivas, fenómeno conhecido como "marés vermelhas" e afeta uma grande variedade de organismos marinhos.[12] As marés vermelhas são estimuladas pela crescente poluição e pela aquacultura em águas costeiras, amplificando o enriquecimento nutricional. Assim, muitas das espécies caraterísticas das marés vermelhas formam esporos e quistos, que lhes permitem persistir durante um longo período de tempo e, serem transportados pela água de lastro dos navios (água do mar captada pela embarcação para garantir a segurança operacional do navio assim como a sua estabilidade) ou em suspensão pelas correntes, marés e tempestades.[9]

 

 

 

 

- Intoxicação nos animais -

 

A saxitoxina (STX), ao infetar o zooplâncton herbívoro pode transmitir-se para os peixes ou outros seres marinhos que consomem o zooplâncton.[12]

Se as PSTs, como a STX, ingeridas por peixes ou outros organismos não forem letais para esses organismos, há a possibilidade de bioacumulação e passagem através da cadeia alimentar.[2] Os bivalves (transvetor primário até niveis tróficos) obtêm nutrientes através de filtração da coluna de água, e subsequentemente acumulam toxinas nos seus órgãos digestivos e tecidos moles, sem letalidade ao organismo.[12] Com isto, as PSTs também podem estar envolvidas na morte de aves marinhas, baleias e focas.[2]

O grau de intoxicação é variável pois os níveis de toxicidade oscilam entre espécies, devido a diferenças nos componentes da toxina retidos e na taxa de depuração, pois algumas espécies depuram toxinas rapidamente, enquanto outras são lentas a desintoxicar.[2]

COMUNICAÇÃO DE RISCO

 

 

- Como é que o Homem pode intoxicar-se com saxitoxina? -

 

O Homem pode desenvolver PSP através do consumo de marisco cru ou cozinhado contaminado com elevadas concentrações de saxitoxina (figura 7). Esta toxina é bastante potente e estável ao calor, causando efeitos adversos mesmo em baixas doses. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o DL50 intravenoso agudo da saxitoxina é de 3,4 microgramas STX/kg do peso corporal (isto em ratinhos fêmeas e machos). Relatos dizem que a mortalidade por PSP ronda 1-10%, estando dependente dos cuidados de saúde de emergência. A saxitoxina, em casos agudos, pode provocar paralisia respiratória e, consequente morte, geralmente observada 1-12 horas após a ingestão da toxina.[12]

 

 

 

ATENÇÃO!

Apesar de já existirem medidas de controlo contra intoxicações por saxitoxina e os seus derivados nalguns países, o aparecimento de espécies neurotóxicas em reservatórios aquáticos é frequente, apesar de não significar que sejam atingidas concentrações de PSTs capazes de causar intoxicação aguda. Porém, é importante alertar que uma exposição repetida a baixas doses de PSTs não deixa de ser um risco para a saúde humana. Mundialmente, ainda ocorrem 2000 casos por ano, em que 15% é a taxa de mortalidade, o que por consequência, não deve ser uma despreocupação para a população, ou seja, esta deve cumprir as medidas de controlo e as proibições tomadas, como certas pescas de marisco numa zona contaminada.[1]

 

- Impacto económico -

 

Eventos de PSP conduzem a impactos económicos significativos. De facto, países como os Estados Unidos da América gastam centenas de milhares de dólares em programas de monitorização para a prevenção de PSPs. Há muitas empresas relacionados com a exploração de marisco, praias, entre outras, em que é estimada uma perda de 6 milhões de dólares, se houver um evento de PSP.[12]

Por exemplo, a indústria de marisco, no Alasca, tem diminuído abrutamente por causa da contaminação de ameijoas por PSTs. Apesar de existirem medidas de monitização neste país, é um custo muito elevado para a indústria investir. 

Também, fontes de água potável e de recriação ao serem contaminadas por PSTs sai caro, visto que  têm que ser aplicados processos de tratamento de águas para eliminação destas.[12]

© 2014 por Ana Carolina Vasconcelos, Ana Luísa Vieira e Joana Couto

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