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MÉTODOS DE DETEÇÃO

 

 

 

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- Bioensaios de animais in vivo -

 

Este ensaio implica a injeção (tipicamente via intraperitoneal) de uma solução de teste de 1mL num ratinho de peso entre 17-23 g e observando o tempo a partir da injeção até à morte. A quantidade de toxina que provoca a morte de um rato de 20g em 15min corresponde a 200ng de saxitoxina.

Uma variação deste ensaio foi recentemente proposta que utiliza indicadores subletais de toxicidade em vez do tempo até à morte. Baseia-se nos níveis do neurotransmissor acetilcolina no sangue dos ratinhos em intervalos de tempo regulares.

 

- Técnicas analíticas -

 

A cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), foi um dos primeiros métodos desenvolvidos para a deteção de saxitoxina e agora é rotineiramente usado.

Um dos desafios iniciais na deteção da toxina foi a falta de absorção útil no UV, o que foi aliviado pela conversão das toxinas em derivados fluorescentes. A técnica alternativa oficial para o bioensaio em ratinhos na União Europeia é um método de deteção de fluorescência (LC-FLD).

A espectrometria de massa-cromatografia líquida (LC-MS) é cada vez mais usada, ​​ não só para PSTs mas para todas as análises de toxinas marinhas, a tal ponto que tem sido proposto como método universal para as toxinas marinhas.

 

- Ensaios funcionais in vitro -

 

O ensaio da ligação ao recetor baseia-se na interação entre as toxinas e o local 1 do canal de sódio. Neste ensaio, a saxitoxina tritiada compete com a saxitoxina não marcada (e/ou os seus derivados) por um número finito de locais recetores no canal de sódio numa preparação de membrana de ratinho. Após o estabelecimento do equilíbrio de ligação, a saxitoxina que não estabeleceu ligação é removida e a saxitoxina marcada ligada ao recetor é quantificada.

 

- Ensaios celulares in vitro -

 

Este ensaio mede a capacidade da saxitoxina inibir a veratridina-rodamina fluorescente (a veratridina é um ativador dos canais de sódio que causa influxo de iões sódio), como meio de quantificar o bloqueio da despolarização pela toxina. O ensaio é baseado nos efeitos antagonistas da veratridina e saxitoxina no potencial de membrana, com as mudanças no potencial de membrana detetadas com sonda fluorescente.

Ensaios que utlizam sondas fluorescentes fornecem promessas para uma deteção sensível e rápida da saxitoxina e seus derivados.

 

- Imunoensaios -

 

Uma variedade de ensaios ELISA (enzyme-linked immunosorbent assays) foram desenvolvidos para a saxitoxina e vários dos seus derivados que utilizam ensaios diretos e indiretos, com anticorpos mono e policlonais.

Uma das preocupações com os ensaios ELISA é a reatividade cruzada dentro dos diferentes derivados e por isso recomenda-se que os testes ELISA sejam utilizados como ferramentas de rastreio, em vez de ensaios quantitativos.

 

- Métodos moleculares dirigidos a espécies produtoras de toxinas -

 

Ensaios de PCR têm sido desenvolvidos visando regiões do gene do RNA ribossomal de espécies produtoras de toxinas conhecidas.

Mais recentemente, o ensaio qPCR foi desenvolvido para a deteção de vários genes da biossíntese de toxinas de cianobactérias.

 

© 2014 por Ana Carolina Vasconcelos, Ana Luísa Vieira e Joana Couto

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